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A Torre de Babel

"Asseguram os ímpios que o disparate é normal na Biblioteca e que o razoável (e mesmo a humilde e pura coerência) é quase milagrosa excepção."

Jorge Luís Borges, A Biblioteca de Babel

 

 

terça-feira, junho 14, 2005

Ignorância ou má-fé?

A crónica de Clara Ferreira Alves na revista do Expresso desta semana (sem link gratuito disponível), para além de ser um claro exercício de economias de escala, sendo largamente construída sobre um texto que a autora já tinha publicado antes (este), confunde os regimes das reformas dos políticos e das reformas dos funcionários públicos.

Se tal confusão é deliberada trata-se de má-fé, ao induzir os leitores em erro absoluto. Se, ao invés, é fruto da ignorância é caso para dizer que, numa matéria em que a dimensão jurídica é predominante, se esperava mais de uma licenciada em direito pela Universidade de Coimbra.

Em todo o caso, para alguém que anda "há anos a educar este povo", é pouco, muito pouco.

Registe-se ainda que o nojo da coisa pública que afecta parte dos cronistas da praça não é mais do que uma fachada útil para a durinha realidade das contas por pagar. Vituperam publicamente quem trabalha a troco de dinheiros públicos mas não se abstêm de os receber (com um esgar contrafeito, porventura), quando a ocasião se apresenta. É o caso da Directora da Casa Fernando Pessoa, antiga porta-voz da Expo'98 e co-autora de uns documentários sobre Cardoso Pires, O'Neill e Saramago pagos pela RTP. Entre outras coisas.

Numa coisa Clara Ferreira Alves tem razão: este país não a merece.