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A Torre de Babel

"Asseguram os ímpios que o disparate é normal na Biblioteca e que o razoável (e mesmo a humilde e pura coerência) é quase milagrosa excepção."

Jorge Luís Borges, A Biblioteca de Babel

 

 

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Curtas sobre as Presidenciais

Que o país e os candidatos não dão para mais (do que cruas curtas):

- Como é que Cavaco Silva se deixou reduzir a golpe de marketing de Katia Guerreiro? Eu, que não sou de fados, e que nunca tinha ouvido falar da senhora em causa (que há-de ter muitos méritos, não duvido, e não poderia duvidar ...) já vi cartazes na Valentim de Carvalho, anúncios de concertos na TV, de tudo um pouco. É genial, há que convir. Pouco prestigiante para o candidato mas genial.

- Sou sou eu ou o discurso do "eu sou um candidato sem o apoio de aparelhos partidários" não fica bem a quem: a) esperava ter o apoio do PS e só se lembrou disto depois; b) concorreu há um ano a Secretário-Geral do PS, isto é, a chefe do mesmissimo aparelho partidário? Falo, naturalmente, de Manuel Alegre, e quero com isto dizer que a inveja e o despeito me parecem sempre maus motivos para fazer seja o que for.

- Mário Soares já terá explicado o que se propõe fazer agora que não pudesse ter feito nos últimos 20 anos de ocupação de cargos de relevo na política portuguesa? É que, se calhar, já explicou e sou eu que ando distraído. Ah, e já agora: ninguém no staff do candidato lhe chama a atenção que as críticas à gestão cavaquista do país são extemporâneas, porque ele, ele mesmo, era então Presidente da República e nada disse ou fez, senão quando já tinha garantido a sua reeleição e achou que a melhor herança da sua Presidência era garantir um Governo PS? Ou já explicaram, meus pobres diabos, e o homem não vos liga nenhuma?