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A Torre de Babel

"Asseguram os ímpios que o disparate é normal na Biblioteca e que o razoável (e mesmo a humilde e pura coerência) é quase milagrosa excepção."

Jorge Luís Borges, A Biblioteca de Babel

 

 

quarta-feira, julho 20, 2005

Beco sem saída

Nos blogs abundam, e aquele que ora se confessa é um deles, pessoas que se interessam pelo nosso destino colectivo enquanto país. Abundam ainda pessoas cheias de boas intenções, ideias originais (umas melhores, outras piores, pensar sempre foi um desporto de alto risco), vontade de fazer alguma coisa. Algumas até são as mesmas (não é o caso).

O problema é que, para além de nos entretermos uns aos outros, parece-me, pouco mais se faz com um impacto real no país. A participação política activa, enoja (isso mesmo, enoja) a maior parte destes puristas da ideia. À mais remota possibilidade de qualquer tipo de filiação respondem, por via de regra, com horror.

Os partidos, dizem(os), estão irremediavelmente comprometidos com tudo menos com o interesse nacional. Assim sendo, não vale a pena tentar pertencer-lhes.

Vamos antes falar do que tem de mudar, de como se devem tomar as decisões, quais os interesses a ponderar, etc.

Mas, vou-me apercebendo, assim sendo nada podemos fazer. A não ser falarmos uns para os outros. Convertidos a converterem outros convertidos. Não é que não seja engraçado, só que não é produtivo.