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A Torre de Babel

"Asseguram os ímpios que o disparate é normal na Biblioteca e que o razoável (e mesmo a humilde e pura coerência) é quase milagrosa excepção."

Jorge Luís Borges, A Biblioteca de Babel

 

 

terça-feira, outubro 04, 2005

Breves reflexões

Na Grande Loja há um importante e poucas vezes apreciado trabalho subterrâneo.

Há alguém (todos os que lá escrevem, eu incluido, sabemos quem e os leitores regulares da GLQL também) que, laboriosamente, uniformiza citações, endireita imagens, corrige gralhas. Dá consistência a uma massa informe e caótica de textos de múltiplos autores.

Um trabalho inestimável e nunca elogiado. Aqui fica o meu público agradecimento.

Ocasionalmente, tal labor produz, contudo, resultados inesperados. Há gralhas que não são gralhas.

Por exemplo, e nem posso começar a explicar o quanto isso me divertiu, quando eu escrevo deus em vez de Deus, isso não é uma gralha. É a minha versão da mítica interpelação ao divino, dando-lhe a oportunidade de me provar que existe, fulminando-me da mesma forma simbólica. Num tempo em que tais atitudes já não têm lugar, eu sei.

Mas deixem-me lá com as minhas doces ilusões de ateu. Ou melhor, as minhas doces ilusões de republicano, socialista e laico.